São umas interesseiras, que só pensam em dinheiro e vivem para os luxos... Será mesmo assim?
As peças jornalísticas que de vez em quando assomam à superfície sobre as acompanhantes, por norma focam as "coitadinhas" que trabalham na rua ou na estrada e as "madames" que apenas recebem empresários. E a acompanhante "comum"?
Uma altura houve em que ser acompanhante era visto como um meio para ter acesso a luxos inalcaçáveis para o comum dos mortais. Hoje em dia (como diz uma amiga minha) "Ser acompanhante virou profissão!"
E esta? Hein! ;)
Cerca de 90% da acompanhantes que conheço são mães que se viram desempregadas. Na sua maioria também divorciadas/separadas. E como estamos em Portugal não há pensão de alimentos para ninguém! E quando há: 100 euros servem para???
A sociedade tem a imagem da acompanhante que ganha rios de dinheiro e o esbanja em malas e sapatos nas lojas da Avenida da Liberdade. Ainda existem algumas meninas que se ressentiram, pois com a crise os papás cortaram-lhes a mesada. Como pretendem manter o estilo de vida enveredam neste meio. Mas já são muito poucas... Na sua maioria são mulheres com responsabilidades, como qualquer outra pessoa!!! Senão vejamos, uma acompanhante independente tem de despesas: a água, a luz, o gás, a comida (sim, nós também comemos!), transportes, mensalidades de colégio/atl/ama, a renda da sua casa, a renda do quarto que aluga para trabalhar, preservativos, gel de banho, elixir, toalhitas, óleos, sapatos e vestidinhos ou lingeries (de vez em quando temos de renovar, a imagem não pode ser sempre a mesma!).
Se tiverem estas questões em mente pode ser que deixem de pensar que somos umas interesseiras e que só queremos o vosso dinheiro... Convenhamos: se é o MEU trabalho, eu devo ser paga por ele. É um acordo feito à priori. Quem nos tenta seduzir e obter o serviço gratuitamente deveria questionar-se se gosta quando a entidade patronal não lhe paga as horas extra.
Eu sei que causa muita estranheza mas somos mulheres independentes que pagam as suas contas com o seu trabalho!
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