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segunda-feira, 19 de março de 2018

Ser Puta...


Considerem este post como uma continuação deste: https://sarahsweet2008.blogspot.pt/2016/04/queres-ser-acompanhante.html
Na altura não me sentia capaz de escrever sobre o assunto e aproveitei (com a devida autorização) as palavras da Laurinha. Que se mantêm actualíssimas. Mas agora acrescento as minhas...

Se estão a considerar enveredar por este meio, considerem bem todas as opções primeiro. É uma experiência que deixa marcas profundas para a vida. E por mais que se leia, nada nos prepara para a realidade...
Claro que para quem já andava a saltar de cama em cama...incapazes de se dedicar a alguem de corpo e alma (esta ultima principalmente...) a outro que nao a si proprios...será bastante mais fácil a adaptação...a diferença será que agora recebem por isso...o seu egoísmo cêntrico é recompensado...
O que provoca uma imensa euforia... ser-se pago para os outros servirem o nosso prazer é um estímulo novo e desconhecido... Mas que o ego aceita como algo adequado...
Já sei que muitos irão atirar a pedra do "ela está a ser moralista ". Talvez não saibam que eu sou antiquada em certos aspectos. 
Eu não pretendo dizer que eu é que estou certa... pretendo elucidar dois pontos de partida diferentes... mas pela minha perspectiva... antiquada... 
Quem tiver uma educação e personalidade semelhante à minha irá, concerteza, identificar-se mais com as minhas palavras do que aquelas que se consideram (não implica que o sejam...) libertinas... Essas poderão considerar, ao lerem as minhas divagações,  que no seu caso específico terão facilidade em ser putas se assim o entenderem...
A partir do momento em que entram no mundo da prostituição passam a ser um Produto... Infelizmente, hoje em dia, existem muito poucos locais onde a mulher até é vista como ser humano  e respeitada. Na maioria é um Produto, avaliado pela imagem exterior e pelos serviços que está disposta a prestar. Muitas vezes sub-valorizada sem o saber, pois o patronato quer é lucro rápido... o que implica valores irrisórios... Não se sujeitem a isto! O impacto psicológico será mais danoso, quanto mais baixo o valor...
Valorizem locais onde se pré-disponham a fazer-vos uma entrevista. Ficam com uma ideia do local, dos valores praticados, podem colocar questões à vontade (por telefone dificilmente vos respondem). Sítios de "entrada imediata" por norma são manhosos. 
Escolhido o local, trajes e maleta de serviço pronta...
Será que têm noção real de que vão ter de se despir ( ou ser despidas) à frente de um perfeito desconhecido? Que às tantas tem idade para ser vosso avô! E que vos quer dar beijinhos na boca, enquanto vos apalpa o corpinho... O senhor até pode ser um querido, mas não vai deixar de ser um choque emocional... Um banho frio de realidade: "Eu vou ter sexo com um desconhecido! Alguém que eu jamais escolheria para parceiro sexual! E não o posso recusar, pois sou uma prostituta e este agora é o meu oficío!" Claro que nem todos são velhos, nem todos são feios.. Existem homens lindos e novos... Simpáticos, palermas...Há de tudo! E quem consegue ultrapassar o primeiro mês (que é o mais difícil), acaba por começar a engrenar. Aprendemos a cuidar da imagem (do produto) e a sorrir em toda e qualquer circustância... Aprendemos a desligar o botão quando termina o nosso horário e voltamos à vida civil. A forma que Eu encontrei para lidar com a depressão que me causou (inicialmente) este trabalho foi a divisão de personalidades: "Foi a Sarah que fez, não fui Eu. Logo não tenho questões morais a apontar a mim mesma!"
Eu considero que só deve entrar na prostituição quem está em desespero puro. Só assim se terá coragem para dar o primeiro passo, e perserverança para aguentar o tranco. 

Deixo uma ressalva para Todas:
Alguma (das que já trabalharam) se recorda do que fez ao primeiro ordenado? Esfumou -se não foi? Agora imaginem essa sensação durante um ano! Sim..leram bem...se não vierem avisadas o primeiro ano é um desbaratar de dinheiro... É assim que se criam os "vícios "... O problema é que rapidamente deixamos de ser novidade... E apesar de continuarmos a ganhar bem (comparativamente ao comum mortal) passamos a conhecer o pânico que provoca o telefone não tocar... um dia ou dois sem trabalhar... Fomos cigarras... e agora senti-mos as consequências na pele.... Sejam formigas...Sempre! 

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