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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

À procura de casa

Ora cá está algo que fazemos com alguma frequência: procurar um espaço para trabalhar. É que por diversos motivos estamos sempre em movimento.
Estava a trabalhar num Spa na Margem Sul (lá as casas não têem tanta mulher como em Lisboa). O espaço era muito agradável, apenas mais duas meninas. O que se tornou um problema no paraíso foi mesmo : o patrão! Um gajo com a mania que sabe muito da vida, quando começava a discursar minha nossa...campainha toca por favor!! Telefone toca, a ver se este tipo se cala!! LOL!! Mas isto era o menos, a obsessão pela limpeza, ao início, parecia fazer sentido. Um espaço notoriamente limpo é um excelente cartão de visita. O problema é quando temos de andar a catar as migalhas... Sim isso mesmo...LOLOLOL!!! É que se não queríamos ouvir uns berros de :"Suas porcas, isto é para arrumar logo. Olha aqui uma migalha. E se um cliente tem de vir à cozinha e vê isto?" Sim estamos a falar de pormenores como migalhas ou um copo esquecido no lava-loiça. Chegámos a andar de rabo para o ar na cozinha a observar o chão, não fosse ter escapado alguma migalha!!! Os discursos (aos berros naturalmente..) sobre "vocês não sabem atender o telefone, senão eles tavam todos aqui!", também começaram a ser em dose quase diária. Mas tendo em conta que ali era uma empresa e não podíamos ser explícitas ao telefone...não havia muito mais que se pudesse fazer... Claro está que vamos acumulando... E um dia a casa vem abaixo... Fui de fim-de-semana... Segunda-feira não me sentia muito bem, resolvi não ir trabalhar. Senti-me tão bem de não ter de ir para aquele sítio que percebi que estava psicologicamente cansada. Terça-feira também fiquei em casa. Como por acaso não tinha saldo nem avisei. Mas também o meu empregador nem se dignou a tentar saber de mim. Senti na pele o que ele passava a vida a repetir a uma colega :"Se quiseres podes ir embora, não fazes cá falta...". Perante esta falta de consideração decido que apenas lá vou retornar para buscar os meus pertences e dar uma justificação. Encontro a minha colega no autocarro. Parece que fui mal falada até dizer chega...Ahahahah... O tipo está danado comigo, fartou-se de berrar com quem lá estava. Pelos vistos nem autorização para entrar tenho! Pois sim, não faltava mais nada!! Chegámos. Abre-nos a porta uma colega nova, antipática que nem uma cobra, não levou um estalo muito por acaso. Subimos para a cozinha (que é o escritório de serviço), estão lá o chefe, o chefe do chefe e o contabilista. Olha-me de esguelha e vira-me as costas enquanto (finge que) discute assuntos da empresa com os outros dois. Faço que não reparo, coloco-lhe a mão no ombro e digo que vim para falar com ele. Durante cerca de 15 minutos ignora-me. Já estou a bater o pé! Lá me dirige um rude: "Senta-te". Levou com um : "Não me apetece sentar!" no mesmo tom. A partir daqui foi o escambal... gritei, barafustei, despejei tudo cá para fora. Enquanto o sacana se mantinha com a sua cara de pau a vociferar frases do género : "Mas eu não te devo nada.", até que lhe sai: "Quem está mal muda de esquina!". Esta teve o efeito de um murro no estômago. Eu nem a um cliente (e esse está a pagar) admito que me trate assim, quanto mais um fulano que está a obter dividendos com o meu corpo. Tive de me controlar para não voar por cima da mesa e transformar a cozinha num ringue. Saio disparada, bato com a porta da cozinha e vou ao cacifo arrumar os meus pertences. Vem atrás de mim, sim não vá eu levar a bata ou as socas à velha... é que fazem-me uma falta do caraças... LOLOL Aparentemente acha que não disse nada de mais!!! E diz-me que posso ficar. Posso ficar?! Mas este tipo está a gozar comigo, só pode! Entretanto a minha colega também levou com uma boca qualquer e aproveitou o barco. Eheheheh. Saímos de cabeça levantada. Ambas de alma lavada. Lá fomos...quem nos visse... Duas malucas na paragem a rir à chuva e carregadas de sacos, é que mulher para acumular tralha não há melhor. :D Nos dias seguintes começou a saga... Jornal em riste lá vamos vendo possibilidades.... Vamos a uma entrevista na Costa da Caparica. Vai um senhor dos seus 60 anos receber-nos à estação dos autocarros. A chover ainda por cima... Cartão de visita: "Olá, como estão. Vocês agora estão a ver-me assim vestido, mas eu nunca ando assim." WHAT??!! Olho para ela com vontade de fugir, mas já ali estamos... Vejamos pelo menos o apartamento... Levámos com um "É já ali" que nunca mais chega!! Enfim.. Espaço agradável, bem decorado e limpo! Apesar de o homenzito nos dizer que anda sempre em boxers, consideramos esse pormenor um mal menor. Tendo em conta que ele fala em lista de clientes. Ora bem... A Lista.... Consiste em números de telefone que ligaram para os telemóveis da casa. É que o fulanito pôs anúncio e ficou sem meninas (porque será?) e então todas as chamadas perdidas ele apontou num papel!! A lógica dele? "Tenho aqui estes números e vamos ligar a chatear a ver se eles ligam de volta e veem." Inacreditável... Sorrisos amarelos "Sim, sim, depois dizemos-lhe algo..". Andou três dias a ligar incessantemente... Nem nos dignámos a atender... Dizer-lhe o quê? O óbvio que ele não é capaz de percepcionar? Próximo... Uma rapariga que nos marca a entrevista na rua! Esta é nova nunca me tinha acontecido, mas está bem. Pergunta se somos completas. Não. Torce um pouco o nariz, mas combinamos começar a trabalhar no dia seguinte. Ficamos descansadas. Jornal fora. Na manhã seguinte envia uma mensagem a avisar que afinal não precisa de nós porque entretanto fez entrevista a uma menina que é completa. Lá vamos nós de novo comprar o jornal... Vamos a uma entrevista no Conde Redondo... A casa está a funcionar apenas à alguns dias... Uma confusão de mulheres abismal! As donas não estão lá, temos de aguardar. Uma delas já eu conhecia. A pergunta do costume : o que fazem ou não? Compreende perfeitamente que não façamos anal. Mas não porque não fazemos o oral ao natural!! "Qual é o problema?" É que ela também trabalha e faz, logo incentiva a que quem com ela trabalha também o faça. Já que dá o exemplo. Mas ficamos para experimentar... Vamos à cozinha e estão lá algumas brasileiras, muito animadas e simpáticas. :) Em conversa percebemos que a casa tem dois sistemas. Quartos alugados, em que as meninas dormem e trabalham. E dois quartos para clientes da casa. Uma salganhice. Nisto recebemos uma mensagem da tal rapariga que nos entrevistou na rua. A miúda ainda não chegou e os telefones não param de tocar, pergunta se temos possibilidade de ir imediatamente para lá! Como estávamos de tranportes uma hora à vontade levaríamos. Foi o que respondemos. Embora eu já achasse um pouco descaramento da parte dela. Lá apareceu um cliente, e como só vai uma de cada vez e o espaço era pouco. Enfiam-nos numa casa-de-banho! Quando uma pessoa pensa que já viu de tudo!!! Eu nem me tinha dado ao trabalho de trocar de roupa. LOL. Fui à apresentação de calças e camisa, em contraste absoluto com as minhas colegas de vestidinhos... Percebemos que ali não iriamos vingar, creio que estivemos lá umas duas horas... Chegou!! Pegámos na trouxa e fomos embora. Passado um pouco nova mensagem. Afinal a miuda ja tinha chegado e já estavam a trabalhar. "Muito obrigada pela atenção mas já não preciso de vocês." Eu só me ria!! A minha colega chamou-lhe tantos nomes que até ficaria mal trascrever aqui. Fomos tratadas como mercadoria. Completamente. Mas lá conseguimos encontrar um espaço jeitosinho, sem gente stressada. :D E ela até se mudou para lá. Desta vez conseguimos um final feliz. :)

2 comentários:

  1. uauuu k malucas :D grande aventura sim senhor :D beijo filipe

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  2. Sem duvida grande aventura...Isto quase parece o drama de uma novel mexicana...eheheheh
    A saga da "Procura de Casa 27..." num blog perto de si...
    Não perca as cenas dos proximos episodios de.. AS aventuras das aventureiras eheheh

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