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terça-feira, 21 de março de 2017

A entrevista

Nas casas mais antigas de Lisboa sei que ainda se fazem entrevistas, nas outras não faço ideia!

Após escolher o anúncio, liguei obtive direcções e fica a entrevista marcada. Ora... eu só tinha ido a entrevistas em escritórios e era essa imagem que eu tinha de "uma entrevista".
No dia e hora marcados, lá estou eu: sapato salto médio de presilha, saia preta pelo joelho, camisa branca e blazer preto.
Abre-me a porta a Dona Fátima e encaminha-me (para o que mais tarde vim a saber) directamente a uma das salas de apresentação. Corre as portas e analisa-me no seu ar grave. Estou sentada muito direitinha, como manda a praxe, pois no final das contas é uma entrevista!
Questiona-me se sabe ao que vou! Respondo que sim, sei perfeitamente. Sou adulta, estou desempregada e dei o passo em plena consciência. Questões sobre idade, disponibilidade horária, se sou completa? "Sou o quê???"(imaginem  minha carinha de espanto), "Se fazes anal?", "Ah..não!" respondo eu meio acabrunhada. Explica-me o dresscode adequado àquele espaço.E chegamos à questão do nome! Sempre com a sua aparência solene diz-me "Eu não quero saber o teu nome para nada! Aqui utilizas um nome artístico. E eu sou completamene contra nomes muito pomposos, sou a favor de nomes normais! (Começa a murmurar para si mesma os nomes das meninas residentes.) Sara...Serás Sara!
E pronto..lá foi a Sara comprar uns sapatos stilleto (que nunca tinha tido!) e procurar lá por casa um vestido que se adequasse. E no dia seguinte apresentou-se ao serviço...

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