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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O amor é fodido

(Este texto foi originalmente postado no Fórum GP-PT, pelo confrade james_tuga.
 Este desabafo quase me fez chorar em plena rua e esquecer onde estava, para além do que deveria estar a fazer... Incrível a coragem deste Homem de desabafar a sua mágoa num fórum de putaria...
Com a devida autorização presto-lhe homenagem partilhando as suas palavras no meu cantinho... )



O amor é fodido!

Quem nunca proferiu esta frase que atire a primeira pedra.

Ando nisto já há mais de uma década. Não consigo fazer uma contabilidade de quantas mulheres diferentes ou de quanto dinheiro já gastei...
Sempre soube ter o afastamento suficiente para nunca me deixar levar, mesmo preferindo sempre aquelas com o estilo GFE. Faz bem ao ego e por vezes deixa-nos a sentir que somos os maiores do mundo.

O primeiro "encontro" correu bem. Não me deixou perplexo, mas deixou-me com vontade de voltar, algo que habitualmente não faço - mesmo sendo ela o meu tipo de mulher - porque gosto de variar Passados uns meses voltei. Ela lembrava-se de mim. E por entre carícias, estando ela sentada em cima de mim, ambos nos provocavamos para saber como seria o sabor dos lábios um do outro (ela não beijava os clientes). Até que cometi o erro de dizer: "Porque não te deixas levar?!". E beijámos-nos. E nunca mais foi o mesmo. Não queria dizer que foi mágico. Mas foi! O quente que senti dentro de mim, assim o diz.
No final ficámos a olhar um para o outro. Olhos nos olhos. Cometi o segundo erro. Disse-lhe: "Não olhes assim para mim!". Aí, ambos ficamos com a certeza que nos tinhamos entregue um ao outro. Acompanhou-me à porta de mão dada, qual namorados. Quando cheguei ao carro fiquei sentado um pouco a disfrutar do que se tinha passado. Ainda sentia o sabor daqueles lábios...

Ainda nos vimos mais uma vez, antes dela mudar de poiso. Visitei-a no novo lugar, para sua surpresa, pois não me tinha avisado que ia mudar. Nem tinha que o fazer. Afinal de contas, pouco falámos nas 3 vezes que nos tinhamos "encontrado".
A partir daqui nada foi o mesmo. Começamos a falar regularmente pelo telemóvel. Passei a visita-la com mais frequência. E cada vez que estavamos juntos a intensidade aumentava. A química entre nós era tremenda. Quando estávamos juntos não nos conseguiamos deslargar um do outro. 1 hora para nós era como se fosse apenas 5 minutos. Por vezes ia só dar-lhe uns beijos. Não tinha tempo para mais...

Até que ela deixou de trabalhar. Mas julgam que parou?! Não! Continua a ver-me. Só a mim. Sem o seu conjugue saber... Passámos a encontrar-nos em sua casa! Deixei de ser um cliente. Passei a ser uma "espécie de amante".
Para além disso, falávamos todos os dias. Várias vezes ao dia. A química entre nós e o desejo que sentíamos um pelo outro era tanto, que por vezes era só fechar a porta para começar tudo ali! Nunca me senti tão desejado na minha vida! E suspeito que ela também não. E eu, nunca senti tanta vontade de beijar uma boca.
Durante uns meses foi muito feliz. Ela também, acho eu... Tinhamos parceiros fixos. E depois tinhamos-nos um ao outro!
Algures aqui pelo meio estabelecemos 3 regras: Nunca mentirmos um ao outro; Quando algum de nós quiser parar, paramos; Nunca nos apaixonarmos;
Tarde demais... Ambos admitimos pouco tempo depois que já estávamos apaixonados um pelo outro há algum tempo. Era evidente. Só nós é que não queriamos ver.
Nunca mentimos, eu pelo menos não, mas também nunca dissemos que queriamos acabar. Foi acabando. Primeiro por questões profissionais, dexamosnos de ver com tanta frequência. Depois, ela deve ter percebido que nunca iria ser mais do que aquilo. Algo que nunca lhe escondi! Se não houvesse pequenas criaturas na equação, as coisas podiam ter sido diferentes...
Poucos meses depois, acabou. Não acabou bem. Nnão nos chateámos, nem discutimos, mas não posso revelar o que se passou.
Cortámos contacto. Ainda cheguei a contactari umas amigas dela. Uma ainda falou com ela, nunca me respondeu de volta. Outra disse-me que era melhor não a contactar mais.
Apaguei tudo o que tinha dela! Tudo. Excepto as memórias...

E são precisamente elas que me têm atormentado. Agora que a "perdi", embora na realidade ela nunca tenha sido minha, percebo que não estava apaixonado por ela. Eu amava-a! De que outra forma se explica, que, passados meses e meses, continue a pensar nela todos os dias! Que continue a ter saudades daqueles olhares, daqueles lábios... Como não ter saudades?! Afinal de contas quantos gajos se podem gabar de dar quase 1 dezena de orgasmos a uma mulher em 2 horas?! :)
Costuma dizer-se que se esquece uma mulher com outra mulher. Já tenti. Já fui a várias desde então (apesar de ter prometido a mim mesmo que não voltava a fazê-lo). Não resultou. A saudade continua cá...

Desculpem o longo desabafo, mas não sabia o que era não ser correspondido desde o liceu... :)

O amor é mesmo fodido, não é?

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